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A lei do menor esforço afirma que as pessoas tendem a escolher o caminho de menor resistência ou esforço quando confrontados com uma ação. Muitos profissionais, cansados de se sentirem presos em um trabalho ruim, estarão aderindo a lei do mínimo esforço. Só que, agora, sob a nomenclatura de quiet quitting, também conhecida como demissão silenciosa.

O quiet quitting ainda é um movimento jovem, mas que pode trazer muito prejuízo para as organizações empresariais.

Quer saber como funciona o quiet quitting no Brasil e quais as estratégias para evitar esse comportamento na sua empresa?

Confira o texto a seguir e descubra todos os detalhes!

O que é quiet quitting (ou demissão silenciosa)?

O conceito de quiet quitting ou demissão silenciosa refere-se a uma mentalidade no mundo corporativo em que os funcionários fazem o mínimo exigido deles. Geralmente, este termo é usado para descrever uma atitude pragmática em relação à empresa, muitas vezes resultante de um sentimento de desvalorização dos colaboradores.

Segundo a pesquisa do Instituto Gallup, a proporção de funcionários engajados para desengajados é de 1,8 para 1,0, a menor em quase uma década. Ou seja, o quiet quitting não significa realmente desistir do seu emprego. Mas, sim, fazer apenas o necessário para se manter empregado e, depois, seguir com sua vida.

Qual a relação entre a geração Z e o quiet quitting?

Alguns membros da geração Z acreditam que o desempenho excessivo já não produz os mesmos benefícios como antes. No Brasil, por exemplo, os jovens da geração Z cresceram com a ilusão de uma sociedade rica, empregos abundantes e felicidade no trabalho. Hoje, o que ocorre no país são sucessivas crises econômicas, empregos escassos e mal remunerados.

Além disso, há um fator comportamental: a geração Z está priorizando um maior equilíbrio entre vida profissional e pessoal do que as gerações anteriores. A geração Z também valoriza as empresas com valores alinhados aos seus próprios. Consequentemente, podem se sentir desmotivados ao sentir que estão fazendo um trabalho não significativo.

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O que pode levar os colaboradores ao quiet quitting?

Apesar de haver forte relação entre a geração Z e o quiet quitting, esse movimento faz parte da sociedade atual, não somente de uma geração. Sendo assim, existem alguns fatores que podem levar os colaboradores ao quiet quitting, independente da geração.

Veja a seguir!

Clima organizacional ruim

O clima organizacional é a percepção geral que os funcionários têm de seu local de trabalho, incluindo a cultura, as políticas e as práticas da empresa.

Quando um ambiente de trabalho só proporciona relacionamentos tóxicos, microgerenciamento e expectativas irrealistas, os colaboradores podem sofrer com esgotamento. Isso pode gerar um clima de desinteresse, fazendo com que os profissionais entreguem somente o mínimo para se manterem empregados.

Outra razão pela qual os funcionários podem optar pelo quiet quitting é que eles se sentem impotentes para efetuar quaisquer mudanças. Se os funcionários acreditarem que seu feedback não é valorizado ou que suas preocupações são ignoradas, eles podem se sentir impotentes e optarem pela demissão silenciosa.

Problemas de saúde mental

Problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade, burnout e estresse podem afetar significativamente a motivação, o engajamento e a produtividade de um funcionário. Afinal, quando os funcionários enfrentam esses problemas, pode ser difícil se concentrar, se envolver no trabalho em equipe ou atender às expectativas de desempenho. E isso pode levar ao sentimento de inutilidade do colaborador perante à empresa.

Além disso, os problemas de saúde mental podem impedir que o funcionário procure ajuda ao enfrentar dificuldades no exercício da sua função, levando a mais isolamento.

E agora você pode estar se perguntando: “Por que a empresa deveria se preocupar com a saúde mental dos colaboradores? Isso não se trata de um problema individual do funcionário?”

Obviamente, não é só o trabalho que pode prejudicar a saúde mental de alguém. De qualquer forma, ele é um dos principais responsáveis, justamente porque dedicamos a maior parte do nosso tempo ao trabalho.

Por exemplo, uma empresa que incentiva uma cultura de workaholic, tem expectativas irrealistas sem suporte para funcionários que lutam para melhorar sua saúde mental pode gerar o quiet quitting.

Sentimento de desvalorização

Muitos gestores acreditam que a desvalorização sempre está relacionada ao aspecto financeiro. Entretanto, também existe a desvalorização pessoal, quando o profissional não recebe os créditos pelo seu trabalho e, inclusive, só há cobrança por resultados cada vez maiores.

Quando os funcionários sentem que suas contribuições não são valorizadas, eles podem começar a questionar o significado de seu trabalho. A falta de oportunidades de desenvolvimento pessoal, o poder limitado de tomada de decisão e a falta de comunicação também contribuem para os sentimentos de inutilidade.

A inutilidade financeira, por outro lado, pode resultar de salários ou benefícios inadequados. Quando os funcionários sentem que seu salário não reflete suas contribuições ou que são mal pagos em comparação aos seus colegas, isso pode levar a falta de confiança em seu futuro financeiro.

Como resultado, o profissional mantém seu emprego apenas para pagar as contas, fazendo o mínimo possível. Nesse meio tempo, geralmente, está procurando por outra oportunidade profissional.

Isso significa que, além daquele profissional não entregar o potencial máximo do seu trabalho, ainda poderá prejudicar sua empresa indo para a concorrência.

Excesso de trabalho

O excesso de trabalho pode levar à demissão silenciosa nas empresas por vários motivos. Em primeiro lugar, quando os funcionários estão sobrecarregados com o trabalho, eles se sentem estressados, o que pode levar ao esgotamento.

O esgotamento, por sua vez, pode causar uma perda de motivação, resultando a uma diminuição da satisfação no trabalho e, consequentemente, a uma maior probabilidade de quiet quitting.

Além disso, quando os funcionários estão constantemente sobrecarregados eles podem se sentir desvalorizados.

Isso, por sua vez, gera um sentimento de não lealdade por parte colaborador, entregando o mínimo de resultado apenas para manter seu emprego enquanto procura por uma nova oportunidade.

Jornada de trabalho pouco flexível

Uma jornada de trabalho pouco flexível refere-se a um cronograma rígido que deixa pouco espaço para os funcionários ajustarem suas horas de trabalho. Quando os colaboradores são incapazes de equilibrar o trabalho e a vida pessoal, eles podem ficar ressentidos e desengajados do trabalho, levando à redução da produtividade e da satisfação no trabalho.

Além disso, horários de trabalho inflexíveis podem prejudicar os funcionários a cumprir responsabilidades familiares ou outros compromissos fora do trabalho.

Sem falar, ainda, que uma jornada de trabalho pouco flexível torna desafiador para os funcionários buscar desenvolvimento profissional ou outras oportunidades que possam aprimorar seu crescimento na carreira.

Quando somados todos esses pontos, é muito provável que os colaboradores deixem a empresa sem aviso prévio, levando à perda de talentos valiosos para a organização.

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3 dicas para o seu RH evitar a demissão silenciosa na empresa

Apesar de o quiet quitting ser uma nova realidade do mercado de trabalho, o RH pode evitar que essa situação ocorra na empresa.

A seguir, confira como a equipe de RH deve proceder ao identificar uma situação de quiet quitting na organização.

Instituir um plano de desenvolvimento individual na organização

Instituir um plano de desenvolvimento individual (PDI) é uma excelente forma de garantir que as metas de carreira dos colaboradores estejam alinhadas aos objetivos da empresa.

O PDI é um documento que descreve as metas de carreira de curto e longo prazo de um funcionário, assim como as etapas que ele precisa seguir para alcançá-las.

Ao criar um PDI, os funcionários se tornam mais responsáveis por seu próprio desenvolvimento e mais engajados em seu trabalho. Os PDIs também são uma maneira eficaz de os gerentes fornecerem feedback para seus liderados. 

Com um plano claro, os funcionários têm um roteiro para o desenvolvimento de suas carreiras.  Isso torna mais fácil para os gerentes identificar e resolver quaisquer problemas de desempenho ou desenvolvimento antes que eles cheguem ao ponto do quiet quitting.

Oferecer remuneração competitiva e benefícios flexíveis

Oferecer salários competitivos, bônus e outros incentivos é fundamental para a retenção de funcionários.  Se um funcionário sente que não está sendo pago de forma justa por seu trabalho, ele pode começar a procurar outras oportunidades de emprego e, por isso, trabalhar o mínimo possível enquanto faz isso. 

Quando os funcionários são remunerados de forma justa, eles se sentem valorizados e têm mais chances de entregar o máximo de resultados para a organização.

Benefícios flexíveis são outro componente-chave na retenção de funcionários. No mercado corporativo atual, os funcionários valorizam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Oferecer benefícios flexíveis, como opções de trabalho remoto, banco de horas ou day off, por exemplo, pode ajudar os colaboradores a gerenciar suas vidas pessoais e profissionais com mais eficiência.

Medir a taxa de engajamento

A demissão silenciosa, em que os funcionários se desvinculam do trabalho sem realmente desistir, pode levar à diminuição da produtividade e maiores taxas de rotatividade. Logo, medir a taxa de engajamento pode ser uma ferramenta útil para enfrentar os problemas que podem estar causando o desengajamento dos funcionários.

Só para ilustrar, uma maneira eficaz de medir a taxa de engajamento é através de pesquisas com funcionários. Essas pesquisas podem fornecer informações valiosas sobre como os funcionários se sentem em relação ao trabalho, aos colegas e à empresa como um todo.

Ao analisar os resultados dessas pesquisas, o RH pode identificar quais áreas precisam melhorar e, assim, desenvolver estratégias para aumentar o engajamento.

Reduzir a carga de trabalho

Reduzir a carga de trabalho pode evitar demissões silenciosas e melhorar a produtividade dos funcionários. Neste caso, uma maneira de reduzir a carga de trabalho é implementar um fluxo de trabalho mais eficiente. Em outras palavras, delegar tarefas a outros membros da equipe ou automatizar determinados processos.

Ao simplificar os fluxos de trabalho, os funcionários podem se concentrar em tarefas de alta prioridade e ter mais tempo para resolver problemas não relacionados ao trabalho.

Outra forma de reduzir a carga de trabalho é ajustando os horários de trabalho. Trabalho remoto ou horários flexíveis, por exemplo, podem fornecer aos colaboradores mais controle entre vida pessoal e profissional.

Conclusão

Neste texto, nós vimos o que é quiet quitting e como evitar a demissão silenciosa nas empresas. Como visto, a automação de tarefas é algo que pode auxiliar na retenção de talentos na organização.

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